os segundos passam pesados, perco a noção do que é minuto ou hora, o mundo parece sair de órbita. há muito não sei o que é descansar, sentir o meu corpo renovado com uma noite de sono. meu corpo pesa, minha alma também, minha cabeça já se transformou eu um amontoado de pensamentos, os quais nunca me levam a lugar nenhum. apenas pra um lugar mais fundo e mais fundo de mim mesma.
já tentei de tudo, mas nada parece resolver esse problema. é como se houvesse uma força muito mais do que eu, muito maior do que a minha, pra me manter acordada, ou dormindo por pouco tempo. queria poder transformar em palavras minha angústia. mas não posso. simplesmente não consigo.
em noites assim, giro em cada detalhe de mim, do que me formou. em todas as coisas que me fizeram chegar até aqui. e o problema é que sou sonhadora demais. sim. sonhadora demais. mas o medo dos meus sonhos desfeitos brota em cada sonho, em cada pesadelo, surge no desespero.
não me julgo como uma criança traumatizada. minha mãe sempre fez o impossível por mim. meu pai saiu de casa muito cedo e isso nos afastou (hoje reatamos boa parte do nosso relacionamento). acredito que só quem não teve seu pai por perto compreende o que é não ter seu pai por perto. ninguém substitui essa figura e aprendi isso conforme os anos. de modo bruto, fiquei carente. ah, a doce carência.
e é ela quem me afeta, quem me deixa acordada. ela é o que me faz sonhar. o que me deixa acordada. ela é o que sou.
é também a desconfiança. eu demoro pra conseguir me abrir e, não sei se o faço do modo certo (esse blog é maior do que minhas conversas). muitas pessoas sabem de minha história e sabem de modo simples como me sinto. mas são poucos os que me viram em desespero. e os amo. amo com todas as minhas forças. amo você que me ouviu e só me ouviu. te amo por existir em mim.
e, pensando nesses rostos, adormeço.
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