Antes de começar, queria dizer que muita coisa tem mudado, até a forma como escrevo. Hoje sou mais leve e não fico procurando rimas e lógicas em poemas, simplesmente deixo as palavras fluírem. Isso vai influenciar diretamente no "Nó", afinal, decidi que que vou ser mais eu aqui também. Ainda tenho medo de usar certas palavras, mas acho que algumas coisas precisam ser ditas em público. Uma dessas é o que se segue:
Desde pequena era dessas crianças fora do comum, mas nunca do jeito bom, era sempre (como diz Jay Vaquer) inadequada pra situação. Era só uma estranha qualquer com um mundo formado por luz e escuridão ao mesmo tempo. Minha luz cegava a todos e minha escuridão causava medo. A exposição me provou que ninguém sabia me enxergar, que era só abrir um pouco o feixe de luz ou de escuridão que tudo se transformava em caos. Meu pensamento na época era que mostrar meu mundo não era válido. E me modifiquei, fui de tudo, aderi a todas as coisas por um desejo interno de ser pertencente a algo, algo que nunca era eu, que nunca era meu. Todas as situações eram a meu favor, mas mesmo assim eu estava perdida. Me perdi em sonhos alheios, em gostos diferentes. Lembro de ter trancafiado tudo, pra não incomodar a ninguém, só a mim mesma. Todas as dores se transformaram em um grande amontoado dentro de mim. Estava abarrotada de luz, de escuridão. O problema é que as trevas geralmente ganham a luta.
Nunca deixei que ninguém visse novamente como sou, sempre optei esse monte de máscara que me transformava em alguém comum. Mas não sou comum, não desses foras do comum sensacionais, com a melhor personalidade do mundo. Sou incomum por ser assim, disforme. Chegou uma época que me perguntava quem era, o porque estar fazendo tudo aquilo. Porque ser assim era o melhor? E foi quando mudei. Mudei tudo, desde cabelo até o jeito de dizer alô. E não me arrependo.
Bom, isso não é nem um texto, parece um desabafo de facebook. Mas queria pôr pra fora e dizer que as coisas mudam. O que acabou comigo um dia, hoje é o que me fortalece. A cada segundo, tenho a certeza que ter decidido aceitar a minha disformidade foi o melhor. Hoje, tenho as melhores pessoas ao meu lado, que não querem me colocar numa forma, só querem ver o que sou.
Aceite as trevas, aceite a luz, compreenda que todo mundo é disforme a sua maneira. Sempre haverá alguém pra ver o que você é e te fazer sentir bem com isso.
Sempre é bom algumas mudanças e o melhor é o momento que descobrimos que precisamos mudar (eu penso assim).
ResponderExcluirsim, Huguinho, concordo plenamente. mudanças são sempre bem-vindas.
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