Antes que comece a leitura, já queria dizer que não estou contente com as coisas que escrevi abaixo. Só quem me viu no Trianon sabe que ele significa muito mais do que esse texto.
A cidade sempre me encantou, mesmo no metrô lotado ou no congestionamento (porque sim, são as maiores reclamações de qualquer paulistano que se preze). Sempre soube sentir essa cidade, sempre consegui enxergar que aqui tudo se completa, que os paradoxos simplesmente fazem parte do que ela é, que o cinza dela consegue consumir as cores, mas nunca o faz por completo, precisa delas.
É como a Paulista, que precisa do Trianon. Acho que a tão conhecida avenida não seria o que é sem o seu mini Central Park (ouvi de um amigo que deixa saudade). Não seria a mesma sem o ar pesado que se sente nos primeiros passos adentro. Cada árvore com sua forma, todas elas sendo o que é, pra mim, o melhor refúgio pra uma alma caotizada.
Sempre ver as crianças com suas babás uniformizadas, os idosos se exercitando ou passeando com seus cachorros de raça, ver os alunos que fogem das aulas do colégio de nome tão conceituado e rir da adolescência. Ouvir burburinhos e saber que o caos existe lá fora, que faz parte do que ele é ao fundo, as buzinas formando a trilha sonora junto com o barulho do vento nas folhas. Aquele mesmo banco reservado pra dar vazão ao vício e compartilhar a felicidade com alguém.
Sentir a leveza da vida sem nunca se esquecer do peso do cotidiano. É como um pedaço do paraíso, ou talvez seja o meu purgatório. Um lugar que reflete tudo o que sou e que abarca tudo o que sinto.
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