quarta-feira, 15 de abril de 2015

500 dias com ela, meu grande amor.

Há um tempo atrás eu conheci 500 dias com ela e foi amor ou não-amor à primeira vista. Desde então, eu o assisto sempre que posso. minha mãe já não suporta mais, coitada. Sabe aquele filme que você simplesmente sabe todas as falas? Pois bem, esse é o meu.

Ta, mas porque um filme assim tem tanto valor pra mim? É que eu sou muito romântica só me fodo e, nos primeiros minutos do filme já me senti surpreendida, o narrador ressalta que é uma apenas uma história onde o garoto conhece a garota e não uma história de amor. Perai, to acostumada com filme de romance e comédia romântica em que o mocinho termina com a mocinha, como assim? Vou tentar explicar. 

Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt ♥) é um arquiteto formado que não segue carreira e trabalha em uma empresa de criação de cartões comemorativos. Ele é o tipo cara romântico que acredita no amor verdadeiro e no destino. Seu chefe, então, contrata uma nova assistente, Summer Finn (Zooey Deschanel), o que para Tom, só pode ser o destino, no dia 01. O problema é que Summer é uma garota pé no chão que nem no amor acredita direito. Se não fosse o spoiler no começo do filme, você provavelmente pensaria que Tom seria o cara com quem Summer descobriria o que é amor. Ah, tão lindo, mas claro que não é assim. No começo do "rolo", ela já deixa claro que não quer nada sério, o que, no coração do Tom, não dá muito certo. Depois de um certo tempo juntos, ele sente necessidade de algo mais, Summer não gosta da ideia e termina com ele no dia 290. Digamos que ele não reage muito bem e passa por aquela fossa. Eu quero dizer AQUELA FOSSA. São dias e dias sofrendo, mas tudo melhora, ta? Como vocês devem imaginar, as coisas terminam no dia 500.

Esse foi um resumo bem linear da história, no filme, nos deparamos com ela não-linear, o que faz com o que tudo fique mais leve e gostoso de assimilar. São takes dos tais 500 dias, com comparações dos momentos felizes, dos que as coisas já não estavam indo bem e do Tom completamente deprimido. Acho que é uma das melhores formas de trabalhar um roteiro, porque de linear já basta a vida. O filme também tem muitas coisas cômicas, como a irmã mais nova de Tom, Rachel, que é muito mais madura do que o irmão e sempre tem algo a dizer, ou os amigos de longa data do Tom. Ou até o próprio Tom dançando por aí, sofrendo por aí e cantando por aí (isso me faz lembrar que a trilha sonora é simplesmente a que eu mais gosto, talvez pela forma com que o próprio roteiro se relaciona com ela). 

O filme é baseado em fatos reais. Um cara na fossa, sim. Que transformou sua desgraça no meu roteiro favorito, sim. Te considero pacas, Scott Neustadter. Claro que houveram mudanças e a perspectiva do outro roteirista, Michael Weber, também foi colocada. O legal é saber que tudo isso nada mais é do que a vida. Todos vamos passar por muitos relacionamentos, muitas paixões e muitos amores e ilusão de amores até encontrar alguém com quem você simplesmente vai ter uma ligação. Eu sou do tipo que não acredita em destino e nem que existe um amor da vida por aí, que vai me encontrar do nada e vamos descobrir que fomos feitos um pro outro. Todos somos fadados ao sofrimento pelo amor não correspondido, nem que seja uma vez na vida, mas a gente que escolhe como vai sofrer. O Tom é exatamente a prova do exagero. A Summer é a prova de que existe o outro lado. Somos vítimas, mas também somos os culpados. Todo mundo já se esteve em uma relação assim, ou amando demais ou amando de menos. O mais importante é saber enxergar isso. "Tom finalmente aprendeu que não existem milagres. Não existem coisas como o destino. Nada está destinado a ser. Ele sabia. Ele tinha certeza disso agora."

Só mais uma coisa, o próprio diretor, Marc Webb, dá uma linda visão de tudo: "Chegamos a uma conclusão diferente, de uma coisa. Além disso, a maioria das comédias românticas são mais leais a uma fórmula que a verdade emocional. Trata-se de felicidade e de aprendizagem que você vai encontrar dentro de si mesmo, em vez de nos grandes olhos azuis da moça no cubículo do corredor. Eu queria fazer um filme sentimental e um filme não cínico. Em minha mente, eu queria que fosse algo que você pudesse dançar. É por isso que nós colocamos um parêntese no título - é como uma canção pop em forma de filme. Não é um grande filme. Não se trata de guerra ou pobreza. Trata-se de 500 dias na relação de um cara jovem, mas não é menos merecedor de atenção. Quando seu coração é partido primeiro, ele consome você. E é uma emoção que eu queria fazer sobre um filme, antes que eu esquecesse como se sentia." Dá pra entender porque ele é tão especial?

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