Nasci e cresci dentro da Igreja Católica. Minha família, como um todo, é extremamente praticamente, inclusive eu: fui coroinha, participei de variados ministérios e projetos dentro da paróquia.
Quando criança, ia por convenção familiar. Todos iam, eu ia. Quando adolescente, na época do crisma, realmente achei que era o que eu queria pra mim, mesmo que houvessem muitos questionamentos na minha cabeça. Mesmo todos querendo mudanças no que eu sou pra ser pertencente de algo. Foi também nessa mesma adolescência que eu tive interesse real em ler a Bíblia e conhecer a palavra de Deus além das leituras semanais ou das palestras. E foi quando as coisas começaram a perder sentido pra mim. Mas eu permaneci firme. Com alguns deslizes aqui e ali eu continuei dentro da Igreja.
Fui muitos pelas pessoas. Grande parte das amizades que tive na vida eram oriundas disso. Grande parte dos meus relacionamentos amorosos também. Isso era um gancho. Isso me mantinha lá, me mantinha presa. Mas não me mantinha saudável. Os outros fiéis cansaram de me ver chorando nas missas ou nos encontros de jovens, porque era doloroso. Eu queria acreditar, mas eu me sentia suja, imoral. Boa parte das minhas confissões eram sobre como eu não sabia acreditar de verdade em nada aquilo, em como era só algo que eu precisava pra me fazer sentir melhor, como um tapa buraco. Ser cristã era uma grande necessidade pra mim.
Quando eu finalmente percebi que ia à Igreja por todos os motivos errados, eu parei. Me desprendi de tudo e estou há um ano sem saber como é uma homilia. Mas não perdi tudo ainda. Aprendi a amar acimas das diferenças. Aliás, isso é uma coisa que todos precisam aprender. Amar acima das diferenças. Infelizmente, a maioria dos cristãos que conheci usam a religião como um véu de santidade e nem preciso ir além já que conhecemos casos e mais casos que são do conhecimento público. Isso desanima. Já que ser Igreja é ser comunidade. São as pessoas que fazem diferença nesse momento e saber que a maioria delas é hipócrita não facilita nada.
Religião e política andam de mãos dadas e isso é uma grande merda. O desejo insano da Igreja querer se envolver com questões do Estado também não ajudaram. Mas isso pode ser tema pra outro texto.
Esse aqui é um desabafo. A Igreja mudou minha vida, mas porque ela me ensinou a acreditar no amor. O mesmo amor que eu tento, aos tropeços, transparecer ao mundo. O segredo é o amor.
P.S.: Ironicamente, minha mãe me disse que hoje faz 22 anos que fui batizada.
Religião e política andam de mãos dadas e isso é uma grande merda. O desejo insano da Igreja querer se envolver com questões do Estado também não ajudaram. Mas isso pode ser tema pra outro texto.
Esse aqui é um desabafo. A Igreja mudou minha vida, mas porque ela me ensinou a acreditar no amor. O mesmo amor que eu tento, aos tropeços, transparecer ao mundo. O segredo é o amor.
P.S.: Ironicamente, minha mãe me disse que hoje faz 22 anos que fui batizada.