Eu sou ansiosa. Isso não é novidade pra ninguém. Mas sempre têm aqueles dias em que estou pior do que o costume, geralmente por algum acontecimento específico da minha vida. Na terça-feira, minha filha passou por uma cirurgia, foi coisa simples, mas isso abalou minhas estruturas. Não pensei que nada fosse dar errado, mas queria que aquilo passasse DESESPERADAMENTE. E passou, mas fui ingênua ao pensar que logo após a cirurgia eu já fosse me recuperar completamente. A ansiedade não é um botãozinho on-off infelizmente, teria economizado anos de terapia. E é por isso que vim contar essa linda história sobre ansiedade.
Quarta à tarde estava com fome e pensei: vou fazer bolinho de chuva! Já estava ansiosa e a fome só piorou minha situação. Peguei uma xícara de farinha, juntei com um ovo erro, acrescentei o açúcar erro, e só aí notei que não tinha leite, mas tudo bem, usaria leite em pó. Esquentei água para dissolver o leite mais rápido e sabia que teria que esperar o leite esfriar para que o ovo não cozinhasse, então coloquei no congelador e, em questão de um minuto, já tirei ele de lá e o que aconteceu??? O ovo cozinhou! Não muito, mas estraguei a receita. Tomada pela raiva, peneirei toda a mistura e tirei os gruminhos formados pelo ovo, o que deixou a massa muito líquida. Não tinha mais farinha, então fritei daquele jeito mesmo. Óbvio que me queimei com o óleo, óbvio que os bolinhos ficaram super gordurosos. Óbvio que ficou tenebroso. Tudo porquê? Porque eu estava impaciente e queria meus bolinhos de chuva LOGO.
Moral da história: A ansiedade nos deixa cegos quando surgem coisas em cima da hora, entramos em desespero e não conseguimos enxergar o todo, porque estamos acostumados a sempre pensar e repensar e pensar mais uma vez sobre todas as coisas da nossa vida. Calculamos, recalculamos e odiamos quando as coisas saem do nosso controle. Isso não é só sobre bolinhos de chuva, isso é sobre a vida. É sobre o dia a dia desesperado de quem sabe como é ficar cego ser cego.
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