demorei um pouco pra entender o fim. ou aquela pausa gigantesca de um sonho. não é tão simples quanto parece acreditar que você é boa em algo e ver aquilo escapar entre os dedos da sua mão. mas também não é tão difícil entender que as coisas tendem a acabar. o difícil é aceitar.
não conseguia aceitar que tinha acabado. que todo aquele desejo beletrista dos 18 anos estava se esvaindo a cada viagem até a faculdade. talvez o cansaço tenha vencido. talvez a preguiça. cada aula se tornando um martírio. cada pequeno detalhe se tornando um ponto crucial pra simplesmente parar.
com o reconhecimento as coisas se tornaram mais simples. eu nasci pra acabar, assim como você e todo o resto. como meu bacharelado. o fim foi uma das maiores e melhores coisas que aprendi na faculdade de Letras. a vida é breve. não somos perenes. nossas vidas são apenas um passar de dias até o nosso fechar de olhos definitivo. é um ciclo como qualquer outro. e talvez compreender isso seja a chave de tudo. compreender que o fim do viver se equipare aos outros fins menores que damos na nossa vida.
o fim é inevitável, pra tudo. eu apenas o antecipei.
"carpe diem quam minimum credula postero"
Horatius
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